Texto: Celso Eluan
A Divina Comédia Humana é um blefe,
um Pequeno Perfil de um Cidadão Comum,
a Fotografia 3 x 4 de uma Alucinação.
No entanto, é o Doce Mistério da Vida.
Nela repousam Galos, Noites e Quintais.
Como se Fosse Pecado,
Agimos como o Senhor Dono da Casa
Todo Sujo de Batom
de uma dama Brasileiramente Linda,
mas Com Medo de Avião.
Ouço Comentários a Respeito de John
na Hora do Almoço e penso que
isso é Como o Diabo Gosta
E Que Tudo Mais Vá Para O Céu.
Procuro uma Alegria, mas
Sou Apenas um Rapaz Latino Americano
perdido nas Paralelas do meu tempo
Onde Jazz Meu Coração.
Tem horas que o desespero bate e peço apenas que
Saia do Meu Caminho, me esqueça.
Não Leve Flores a Mucuripe
muito menos Depois das Seis.
Apesar dessa Velha Roupa Colorida
não sou um Dandy na Lira dos Vinte Anos,
talvez esteja apenas Brincando com a Vida,
desencantado, compondo a minha
Balada do Amor Perverso,
inútil como um Clamor no Deserto.
Antes do Fim, trago Notícias de uma Terra Civilizada:
miseravelmente, A Palo Seco concluo
que ainda somos os mesmos e vivemos
Como Nossos Pais.
Perdoem-me os leitores e minha querida editora, mas eu estava devendo uma homenagem ao meu maior ídolo musical, Antônio Carlos Belchior, desde sua morte, em abril de 2017. Gostaria de ter composto quase todas as letras dele, tal a identidade que assumo, mas humildemente me contento em assinar esse caleidoscópio dos títulos de algumas das suas magníficas composições.